segunda-feira, 21 de março de 2016

#Diário da Mudança ~3~ Arrumar, arrumar, aprender

Uma semana após a mudança, já temos uma Casa - assim, com C maiúsculo, mesmo. A sala e o banheiro estão prontinhos e na cozinha ainda falta uma coisinha ou outra, mas o principal dos principais nós já temos. Já temos inclusive plano de telefone fixo e internet, o que nos levou a passar o último fim de semana inteiro assistindo séries no Netflix. :v

As coisas aos poucos vão se ajeitando e ficando mais tranquilas. Ainda sinto saudade da antiga casa, mas finalmente caiu a ficha de que meu novo lar é aqui. Minha mãe me visita sempre, embora diga que não quer acostumar a fazer isso direto, até porque logo volto a trabalhar. Hehehe. Falo com a família por whatsapp o tempo todo, o que facilita bastante as coisas. E agora que a poeira baixou, estou conseguindo até me organizar e voltar a fazer as coisas que eu mais amo: ler, escrever, e assistir animes/séries/filmes. :)

A vida de "casada" era algo que me assustava um pouco, embora eu não admitisse. Mas está sendo bem mais tranquilo do que eu imaginei, até. Acho que o fato de a gente não passar o tempo todo grudado ajuda, fora que nenhum dos dois faz o tipo tempestade - nunca brigamos, aliás, sequer levantamos o tom de voz um para o outro. Nessa fase de adaptação, estamos aprendendo a lidar com nossas manias mútuas, e entendendo no que cada um se sai melhor, na lida doméstica. Por enquanto estou de férias, então é moleza. Acho que quando eu voltar à labuta (e tanto o meu horário quanto o do Abê são beeem puxados) é que o bicho vai pegar. xD

Também é nessa fase que começo a me dar conta da responsabilidade enorme que é manter um lar, em todos os sentidos. Tudo dá trabalho, tudo leva tempo, tudo custa muito dinheiro. Apagar uma luz ao sair do cômodo faz muita diferença, quando você sabe que o resultado disso virá na conta do mês seguinte (e que você irá pagar). Economizar cada centavo é importantíssimo, ao mesmo tempo em que ainda faltam algumas coisas pra deixar sua casa completinha - e isso dá uma angústia, uma irritação imensa. Com essa parte, o Abê lida melhor do que eu, já que é bem mais tranquilo. Eu, chata e metódica por natureza, não consigo lidar com um forno-microondas parado, porque ainda não compramos um transformador. E me irrito porque não temos prendedores de roupa o suficiente. Mas ainda assim, esse lugar me traz uma paz imensa. Faz cada trabalheira que passamos valer a pena. É um aprendizado constante, mas isso está nos tornando quem somos. Daqui há alguns anos, quando o conforto foi maior e a casa for própria, vou lembrar desse começo com saudades.

Bom, voltando ao assunto arrumação... no momento, o que me preocupa mais é o quarto. Isso porque o guarda-roupa só será entregue dia 23 e só será montado dia 28, o que nos obriga a passar mais uma semana com nossas roupas assim:



Err. Faz parte. A outra parte que também ainda precisa de arrumação é a área de serviço, já que ainda não conseguimos nos livrar de todo o lixo da mudança. A demora é porque queremos levá-lo para a reciclagem, mas ainda não sobrou disposição *cof, cof* tempo para levar ao posto de coleta. Quando estas duas pendências forem resolvidas, nossa casa estará praticamente 100% pronta. :)



É isso por hoje, amores meus. Vou manter a frequência de posts por aqui, e quando tudo estiver maravilindo, pretendo fazer um tour de fotos detalhado em cada cômodo, contando como nos organizamos. :)

Xoxo. :*


terça-feira, 15 de março de 2016

#Diário da Mudança ~2~ Faxina e choradeira


Do dia da entrega da chave (quarta-feira, 09/03) até a sexta-feira (11/03), um turbilhão de emoções tomou conta de mim. E vou confessar pra vocês: não imaginei que seria tão difícil deixar a casa materna. Mesmo sendo uma coisa que queríamos muito, mesmo com toda a luta e ajuda de todos para conseguirmos, mesmo estando perto da família... a mudança foi muito dolorosa, gente. Muito mesmo.

A quarta e a quinta antes da mudança foram dedicadas à limpeza da casa, que em si não estava tão suja, mas eu não conseguia suportar a ideia de me mudar para uma casa desconhecida sem antes limpá-la (e também aproveitei para acender incensos e espantar as energias ruins. Ahém). O que deu mais trabalho foram os forrinhos de PVC - imaginem uma baixinha em uma escada de três degraus, com uma vassoura na mão e toda esticada, porém deixando os forros bem branquinhos :v. E isso tendo que arredar as dúzias de caixas com nossas coisas, já que o Abê não aguentou e, aos poucos, levou tudo sozinho.

Na sexta-feira, depois de terminar a faxina, voltei para a casa da minha mãe e comecei a encaixotar meus pertences pessoais que faltavam, com a ajuda da minha mãe. Passei o dia todo com um nó na garganta. Às 23:00 o Abê chegou do trabalho e começamos a carregar o carro, pois já dormiríamos na casa nova. Fiquei um tempo brincando com o cachorro já idoso, e as lágrimas começaram a escorrer. Quando minha mãe me abraçou e desejou que eu fosse feliz, os soluços escaparam... e não deu mais pra segurar. Ela caiu no choro também, e eu fiquei imaginando o tanto que vou sofrer, quando estiver no lugar dela >.<. O clima só aliviou porque nossos familiares que moram ao lado da minha mãe saíram na rua no mesmo momento em que estávamos indo, e começaram a fazer palhaçadas (meu tio disse que ia jantar na minha casa, e minha tia disse que ia pendurar latinha no carro e escrever "recém-casados" xD). Bom, aquilo serviu para nos fazer dar risada na saída, mas assim que cheguei na minha casa nova, abri o berreiro e soltei o que estava segurando o dia inteiro.  O filme dos últimos vinte e quatro anos (quase vinte e cinco) passaram na minha cabeça, e cair na realidade de que eu nunca mais dormiria no quarto que sempre foi meu mundo me deixou desesperada. O Abê, tadinho, passou uns bons cinco minutos abraçado em mim e me consolando , dizendo que sempre cuidaríamos da minha mãe :). Aviso a vocês que estão prestes a sair da casa dos pais, pessoal: vai doer. Mesmo que seja um sonho, mesmo que vocês queiram e economizem desde sempre,  vai doer muito mesmo. È como se uma parte sua estivesse morrendo.

Assim que passou aquele desespero e comecei a me acalmar, começamos a saga da montagem dos móveis e arrumação da casa. E isso é assunto para o próximo #DiárioDaMudança. ;)

quarta-feira, 9 de março de 2016

#Diário da Mudança ~1~

Boa noite, povo lindo do meu Braseeelzão!

Finalmente está acontecendo, galera! Hoje a mudança começou pra valer, a ficha caiu de vez, tô tendo uma trabalheira danada e tô muito feliz! E pra contar pra vocês como as coisas estão acontecendo, decidi fazer essa série sobre a mudança em si - que não vai ser tão grande, mas vai ser boa pra realmente contar em forma de diário. Então ~bamos~.

Desde o início das minhas férias estou na correria, com tudo acertado, compras finais sendo feitas, etc. Há quinze dias atrás, já comprei minha cozinha (que vai render um post só pra ela :v), e também a cerca de quinze dias atrás meus sogros compraram a geladeira. Há uma semana atrás meus padrinhos me deram um banho de loja, com direito a lavadora de roupas e muuuuitas louças lindas (não vejo a  hora de arrumar tudo e mostrar tudo aqui <3). E no domingo, minha mãe me levou pra escolher o fogão. O microondas, a mesa, a sala e a estante de livros já estavam comigo, assim como a cama e a cômoda imensa do Abê, que se tornará minha nova penteadeira. O guarda-roupa será presenteado pelo meu pai. Resumindo, eu já tinha praticamente tudo, e aguardava apenas a chave do apartamento.

MAS A VIDA É UMA CAIXINHA DE SURPRESAS!

Em pleno domingo e com boa parte das coisas já nas caixas, ficamos sabendo que não poderíamos ficar no apartamento - devido a problemas pessoais e familiares gravíssimos que não convém eu mencionar aqui, a atual inquilina não tem previsão para deixá-lo. Ou seja: ou esperávamos um tempo indeterminado para fazer nossa mudança, desperdiçando o precioso tempo  das minhas férias (e o que eu menos tenho é tempo pra desperdiçar...), ou corríamos atrás de algo legal, rápido e dentro das nossas possibilidades. Então partimos procurar.

Mas não, não foi fácil assim. Pra começar, foi muito frustrante ver nossas coisas encaixotadas, tudo pronto, tantos presentes, e não termos pra onde ir. No primeiro dia de procura (segunda-feira), desanimei com tudo após visitar duas imobiliárias. Gostei de um apartamento, mas a burocracia para alugar pelas imobiliárias é tão grande, que me tirou do sério. As imobiliárias pedem dois fiadores, gente! DOIS FIADORES! Isso me fez desistir por vários motivos. 1)Eu trabalho feito égua justamente pra não ter que depender dos outros; 2) Mesmo com fiadores a documentação passa por análise, então você tem que encher o saco e comprometer duas pessoas pra te ajudar, fazer toda uma correria em cartório, gastar o que não tem, passar por vários dias de espera e expectativa, e ainda correr o risco de ter a documentação negada e não conseguir o imóvel; 3)Se é pra passar por toda essa burocracia típica dos BR's e aguentar toda essa palhaçada, então eu compro um imóvel, ao invés de alugar. Vlw flw.

Mas como sempre a sorte foi minha amiga, e já no segundo dia de procura(terça-feira, ou seja, ontem. Dããã.), quando decidimos chutar o pau da barraca e procurar aluguéis direto com o proprietário (sério, já estávamos passeando de carro, procurando plaquinhas de "aluga-se" xD), o jogo virou. Graças a uma indicação do meu tio, que trabalha fazendo fretes e portanto conhece muuuuita gente, ficamos sabendo de alguém que tinha imóveis e alugava direto, apenas com o primeiro aluguel adiantado (o popular "calção") e um contrato registrado em cartório. Aí ontem mesmo visitamos a casa, fechamos o negócio, e hoje mesmo pagamos o valor pedido e pegamos o chave. E é por isso que estou em estado de graça, galera!

A casa é a coisa mais lindinha do mundo! Pequena, mas bem dividida e arrumadinha, construída com bom gosto, um mimo! Assim que entrei dentro dela, mil ideias surgiram na minha cabeça, como se um botão "start" tivesse sido acionado. Hoje mesmo já levamos algumas coisas e fiz uma mini-faxina... mas isso é assunto para o próximo "Diário da Mudança". :)

Por hoje, fiquem com algumas fotos da minha #FelizCasaNova, ainda sem móveis e sem decor. Em breve vocês verão ela prontinha! :D







Só quem já passou por isso sabe o quanto estamos felizes e ansiosos! ^.^

terça-feira, 8 de março de 2016

O dia em que encaixotei os livros

Você não percebe o o tempo passar. Sente vontade, corre atrás, batalha com todas as forças pra conseguir. Mas a transição dói. E a ficha... ah, essa só cai no dia em que você começa a encaixotar sua vida. Pedaços da sua história, reflexos seus que te acompanharão em uma nova jornada, deixando pra trás um antigo ciclo, abrindo mão do aconchego materno para conseguir aquilo que todo mundo precisa: a independência. A capacidade de dirigir a própria vida.

Você não percebe a dimensão disso, enquanto está apenas se preparando, gastando seu salário em traqueiras de decoração, ou mesmo colocando na ponta do lápis as alegrias e as dificuldades dessas novas batalhas que se iniciam -  batalhas sem roupa lavada e comidinha pronta na mesa todos os dias. Você não percebe realmente a dimensão de tudo, nem mesmo quando sua tia a presenteia com uma lavadora de roupas, sua sogra com uma geladeira, e sua mãe com um fogão. Nem mesmo quando seu pai se oferece para instalar o chuveiro e as tomadas. O bichinho só te pica, mesmo, quando uma pilha de caixas de papelão e jornais invadem seu quarto, engolindo tudo que está ali e te acompanhou durante sua vida inteira.

E na vida, essa deve ser a única felicidade que dói. A felicidade de evoluir, e ao mesmo tempo morrer um pouco. A felicidade de enterrar de vez a infância, e dizer olá para a difícil vida adulta. Aquilo que você só se dá conta no derradeiro dia de "encaixotar", de guardar sua coleção de livros em uma enorme caixa de panificadora, sabendo que só os verá novamente em uma nova casa e uma nova estante, em uma sala que terá a sua cara e muito pouco da sala em que você passou as manhãs vendo desenho animado e as tardes jogando videogame com seu pai.

Conforta saber que se está longe, mas se está perto. Que a antiga porta estará sempre aberta, assim como a sua. Que tudo isso não é um fim, mas sim um delicioso e necessário recomeço.

Então tenha coragem. Encaixote seus livros, sem medo de desembrulhá-los e colocá-los na nova estante. :)