quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Filme: Bullying - provocações sem limites

Boa noite, gente.
Lembram que no último post eu comentei do calor que estava fazendo aqui no Sul? Pois é. Apesar de termos acabado de entrar na Primavera, esfriou de novo por aqui. Está, tipo, muuuito frio, do tipo que nos faz sair na rua de botas, gorrinho, cachecol e luvas. Ah, o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, Suuuuul... ♫ (Entenderam por que ser gaúcho é para os fortes? xD)

Err. Mas não vim aqui para falar do clima, tão pouco do meu Estado natal. O assunto é bem sério até, apesar de ser uma resenha de filme. E já faz tempo que vi esse longa pela primeira vez, aí sei lá porque cargas d'água decidi assisti-lo de novo a cerca de um mês atrás. E me dei conta de que, apesar de ele ser pouquíssimo conhecido, merecia uma resenha. Fiz anotações, e agora é sobre ele que vocês vão ler.


Bullying - provocações sem limites é um filme espanhol e foi dirigido por Josetxo San Mateo, estreando em 2009. Jordi (Albert Carbó), o protagonista de cerca de dezessete anos, acabou de perder o pai e então se muda para uma nova cidade com sua mãe, Julia (Laura Conejero), a fim de começar uma vida nova. Já no começo dá pra ver que ele é um garoto doce, carinhoso e não quer dar mais preocupações à mãe, já que estavam passando por um momento difícil. Sendo assim, ele sofre calado. E, olha, o que ele aguenta não é pouco. Pra se ter uma ideia, ele é forçado a beber e a se drogar - forçado mesmo, no sentido literal da palavra -, recebe urina na cara, e vê sua cachorra de estimação ter a pata quebrada. Isso só nos primeiros trinta minutos.

Nesse filme, nada é deixado para imaginação. Os detalhes estão todos ali, de forma crua, fazendo com que a gente sofra junto com o protagonista, e tenha o mesmo sentimento de desespero, raiva e impotência que ele. E um fato interessante é que Jordi é um garoto comum, nem bonito nem feio, nem burro nem especialmente inteligente, e se veste de um jeito semelhante ao dos outros alunos. Não é retraído, visto que chega a interagir espontaneamente com os colegas. Acredito que isso tenha uma mensagem clara: Um bullied não precisa de um "motivo" para fazer o mal. Isso derruba os velhos argumentos de quem culpa a vítima, que geralmente vêm com pérolas do tipo "bullying forma caráter" e "se o gordo não quer ser discriminado, que emagreça." Jordi simplesmente chegou na escola, e Nacho (Joan Carles Suau) e sua turma pareciam estarem simplesmente esperando alguém novo para atormentar. Qualquer um seria tratado da mesma maneira cruel.

Há uma passagem em que um especialista dá uma palestra sobre bullying na escola, e embora essa parte seja válida, ficou um pouco deslocada no drama, parecendo um documentário. Talvez  funcionasse melhor se os alunos tivessem feito perguntas e houvesse uma interação entre a vítima e os agressores com aquele momento. Mas o que vamos é apenas o cara falando ininterruptamente, enquanto aparecem alguns flash-backs mostrando o calvário de Jordi. Na minha opinião, ficou forçado. Bom, de qualquer forma, após a palestra acabar Nacho procura Jordi e garante que as "brincadeiras" acabaram, e por um momento Jordi e o espectador acreditam que o vilãozinho tomou jeito. Ledo engano. De fato, as "brincadeiras" acabaram, pois agora a abordagem é outra: obrigar o garoto a fazer seus trabalhos escolares.

Jordi é um garoto de paz e nunca revida,ele tenta seguir em frente e ignorar aquele sofrimento o tempo todo, e chega inclusive a iniciar um namoro pueril com Annia (Yohana Cobo), aluna de uma outra escola que também é perseguida, por ser filha de estrangeiros. Nada adianta. E a hipocrisia da diretora - que em uma cena chega a dizer: "Não existe bullying nessa escola!" (Oi?!) -, aliada à uma tentativa violenta e desastrada de ajudar, culminam no final trágico.

Bullying - provocações sem limites é um retrato amargo e incômodo da realidade, e ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, não é nada exagerado. Quem diz que aquilo não existe está fazendo exatamente o mesmo que aquela diretora detestável: Enfiando a cabeça na areia feito um avestruz, e contribuindo para a existência dos muitos Jordi's e Nacho's que vemos por aí. Esse filme é um verdadeiro soco no estômago, e imperdível.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Bragolin e os quadros amaldiçoados

Boa tarde, amores!
Gente, está fazendo um calor fora de época e ~infernal~ aqui no Sul. :P Imaginem como vai ser o verão pra mim, que odeio calor (que beleza). Tirando isso, até que tudo está correndo bem. Continuo bagunçando muito com a turma no fim de semana, e me virando em mil durante a semana, asaushuahsauhsa.

Minha postagem de hoje traz uma história tão fascinante quanto assustadora - e que não se sabe até que ponto é uma "história".

 
Quase uma "Mona-Lisa sinistra"


Esse garotinho chorando aí em cima causou uma verdadeira histeria coletiva, nos anos 80. Em diversas casas incendiadas misteriosamente na Iglaterra, ele foi a coincidência assustadora: Estava presente em todas essas casas, e em todas foi a ÚNICA COISA INTACTA depois dos incêndios. O autor da pintura é o italiano Giovanni Bragolin, que, segundo a lenda, estava na miséria. Desesperado, o artista frustrado teria feito um pacto demoníaco, oferecendo as almas de quem comprasse suas obras.

Pescoço da menina, ou uma mão enforcando ela?

São muitas as histórias em torno dessas telas, e é fato que olhá-las causa desconforto, embora não exista nenhuma prova concreta de que eles realmente sejam amaldiçoadas, ou de que o tal Bruno Amadio (nome real do pintor) realmente tenha feito um pacto. Vamos à alguns os boatos que circulam por aí:

-Bragolin era um pintor fracassado, que nunca havia conseguido vender sequer um quadro. A solução foi fazer um pacto com o coisa-ruim (Dorian Gray curtiu isso), a fim de conseguir fama e dinheiro. Foi esse o motivo de os quadros terem estourado no Mundo todo. O preço a pagar seria alto: Quem os adquirisse só atrairia desgraças para si, como acidentes, doenças...
-O pintor, arrependido, teria dado uma entrevista no Fantástico, com padres pedindo que as obras fossem destruídas. A Globo jura que essa entrevista nunca aconteceu.
-Franchot Seville era um pintor de motivos para cartões postais. Ele vivia numa pequena cidade da Espanha e era rico por causa de seus quadros. Nas ruas da cidade, vagava um menino órfão. Ele perdeu os pais num incêndio que queimou a sua casa e os matou queimados. Por influência paranormal do garoto todos os lugares por onde ele passava pegavam fogo misteriosamente. O menino nunca falava, só chorava. Um dia Seville resolveu pintá-lo, já que ele tinha uma aparência angelical… Um padre o advertiu a não fazer isso, para não se meter com o garoto. Mas Seville desprezou o conselho do padre e o pintou. Um dia o ateliê do pintor foi destruído por um incêndio e ele foi arruinado. Ele botou a culpa no menino que saiu correndo chorando e nunca mais foi visto. Agora todos os quadros são malditos e as casas de seus proprietários pegam fogo sem motivo, mas os quadros continuam intactos… (bela história, essa eu não conhecia).
-O único jeito de se livrar do quadro seria jogando-o em água corrente, pois se fosse simplesmente jogado fora, voltaria misteriosamente para a casa do dono. E se fosse queimado, liberaria o espírito do mal - ou não queimaria nunca (!).
-Também há quem acredite que o pintor era um Serial Killer, que torturava as crianças e as retratava, antes de matá-las (que horror). Eu já acredito na hipótese mais lógica e simples: Bragolin pintou crianças da Segunda Guerra Mundial, refletindo o sofrimento que elas passaram, e por isso as telas passam uma sensação tão ruim. Isso não quer dizer que eu compraria um quadro desses, rsrsrs.

Mais alguns dos quadros:

Você conseguiria dormir, com esse garotinho te olhando da parede?

 A mensagem subliminar desse é clara, né? (Olhem o braço da guria).

Morro de dó desse menininho... :(

 O olhar de raiva dessa mocinha é algo.

Além da expressão de dor e dos ferimentos facilmente identificados nas crianças, em algumas telas também é possível ver "rostos", expressões do mal nos mosaicos. Invertendo as imagens dá pra ver melhor em algumas situações.

(Veja aqui mais quadros das crianças que choram.)

Uma coisa é preciso admitir, sobre esse pintor: Ele era um gênio. Tá, por mais de mau gosto que possa ser pintar crianças desesperadas, o fato é que o cara conseguia colocar um sentimento incrível nas telas dele, fazer com que quem olhe se sinta MAL, como se tivesse uma criança de carne e osso ali, na nossa frente, implorando piedade ou nos olhando com ódio. Talento é que não faltava nesse cara, independente das outras teorias.

Se os quadros são mesmo amaldiçoados e se Bragolin foi mesmo uma espécie de "Doutor Fausto" do mundo das artes, nunca vamos saber. Escolha em que acreditar, e pesquise mais sobre os quadros, porque é fascinante. E vou ter que comentar: sabem aqueles quadros que os casais mandavam pintar antigamente, ambos sérios, retratados dos ombros para cima e em uma moldura oval? Toda avó/bisavó tem um desses em casa, e até esses quadros me dão medo (pois é). Imaginem, então, se eu teria um desses retratos do Bragolin em casa. Eu hein...

Beijinhos, espero que tenham curtido a postagem! :*

Fontes de pesquisa: Contos do Absurdo e Sobrenatural.Org.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Personagem: Edward

Olá, gente! :D
Depois de um hiato que me deixou à beira de um ataque de nervos, hoje o Blogspot finalmente parou de me trollar, e eu consegui atualizar bonitinho, com imagens! (clap, clap, clap!).

Ah, sim, as reformas da minha casa já acabaram, e o meu quarto está todo diferente e lindo! \o/ Com esse clima de animação, escolhi escrever sobre um dos personagens mais populares e queridos no mundo todo, e dono dos Cosplays mais legais! :D. Com vocês, Edward:


Edward Scissorhands (Mãos-de-Tesoura no Brasil) é um filme de romance e fantasia, dirigido em 1990 por Tim Burton. Sua história tem como protagonista o jovem Edward, a "criação" de um velho inventor que morre antes de colocar em sua obra a última parte: As mãos. Sozinho na mansão sombria em que viviam e tendo como mãos as tesouras que usa para esculpir o jardim, Edward vive isolado até ser encontrado por Peg, uma simpática senhora que revende cosméticos e, compadecida, decide levá-lo para morar com sua família. Começa aí a saga de Edward na cidade.


Esse longa é delicioso e atemporal - foi lançado um ano antes de eu nascer, e na primeira vez que lembro de tê-lo assistido eu devia ter uns quatro anos. Fiquei apaixonada, e vejo até as crianças de agora ficando encantadas com a história, quando têm oportunidade de conhecê-la. Mas já que o assunto aqui não é o filme, mas sim o personagem, vou falar um pouco sobre essa criatura tão estranha quanto adorável.

Li que Tom Cruise e Robert Downey Jr. foram cotados para o papel-título, e até mesmo Michael Jackson (!) mostrou grande interesse. Felizmente, o escolhido foi Johnny Depp, e nascia ali sua parceria com seu grande amigo Tim Burton, uma das melhores do Cinema. Edward foi o primeiro papel de destaque de Johnny Depp, que ali já mostrou sua preferência - e talento - por personagens estranhos e desajustados. E digo com toda certeza que Johnny mereceu todos os trabalhos brilhantes que conseguiu depois: O carisma dele como o Mãos-de-Tesoura é in-crí-vel. Mesmo com o jeito obviamente robotizado do personagem - afinal, ele era um ser criado em laboratório -, o ator conseguiu fazê-lo de um jeito que não o transformou em uma caricatura, e a inocência e doçura que ele passa no olhar e no sorriso tímido contrastam com toda a sua aparência estranha. Resumindo, é impossível não se apaixonar por ele.



É muito interessante a maneira como é conduzida a nova vida de Edward. Ele é praticamente "adotado" por Peg e seu marido, que lhe dão uma casa, orientação, e tentam educá-lo para que possa viver em sociedade, apesar de seu "defeito". 

O defeito de Edward, aliás, é outra coisa que se torna muito interessante. Os vizinhos de Peg, que sempre a trataram mal, mostram muita curiosidade por seu novo hóspede e passam a visitá-la com frequência, e essa foi uma clara crítica social de Burton. As mãos de tesoura do protagonista, assustadoras e repulsivas no início, logo se tornam uma atração, e acabam o aproximando daquelas pessoas. Edward tem um carinho genuíno por todas elas, e demonstra gostar de usar seus talentos para cuidar dos jardins e cortar os cabelos daquelas mulheres. Mas é justamente a inocência de Edward e a paixão que desenvolve por Kim (Winona Ryder, linda), a filha mais velha de Peg, que acabam o prejudicando. Sem ter uma noção completa do certo e do errado, ele quer apenas ser gentil e agradar as pessoas e, principalmente, a garota que ama, e acaba sendo usado para o mal.


A relação construída entre Edward e Kim também é muito bacana. No início, a repulsa da garota por ele é notável, e ela tenta ficar o mais longe dele possível. Mas morando na mesma casa, isso é muito difícil, então Kim acaba conhecendo-o melhor. Não fica claro no filme se ela chega a se apaixonar por ele, e o máximo que os dois trocam é um abraço, longo e carregado de emoção. Mas o sentimento dela é forte o suficiente para salvá-lo em uma situação irremediável. A química entre Depp e Ryder também é excelente, e os dois atores chegaram a namorar durante um tempo, após as filmagens.

Por fim, Edward é um personagem fascinante, cheio de nuances, e se algum ser humano na face da terra ainda não assistiu esse filme, corra para a locadora mais próxima imediatamente, pois é um super clássico, imperdível. Edward tem características que simplesmente não cabem em uma resenha, e só mesmo conhecendo-o de fato para entender tudo que eu quero dizer. Então assista esse início do "casamento" Depp-Burton, e delicie-se. :D