sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A arte de Joan Cornellá

Algum sobrevivente aí, após todos esses dias de inferno na Terra? *silêncio* Bom, eu estou no RS, que essa semana foi um dos lugares mais quentes do mundo... :P E eu odeio verão com todas as minhas forças, então não tá fácil. Juro que seu eu pude$$e, viajaria para um país frio durante todo o verão brasileiro. U_U

Err. Enfim, já que reclamar não adianta nada (sniff...), vamos logo ao post de hoje. Vou falar de um cara que anda por aí fervendo o coreto com seus quadrinhos - que não tem nada a ver com mangás ou gibis, e não são nada fofos. Conheci a obra dele a pouco tempo, e de cara me encantei. Já conhecem o espanhol Joan Cornellá?

Até que é gatinho. >.<

Nascido em Barcelona no dia 11 de janeiro de 1981, Joan Cornellá Vázquez se formou em Artes plásticas e tem colaborado com suas tirinhas em diversas publicações espanholas. Com um estilo perturbador, suas tirinhas dividem opiniões - alguns o julgam maluco; outros (como eu) o acham um gênio. Além do traço incomum, a crítica social é feita de forma seca e sombria, o que deixa os hipócritas conservadores bem incomodados.


Pesquisando sobre o Joan, vi entrevistas em que ele demonstra que o humor ácido não fica restrito ao seu trabalho. Ao ser questionado sobre a infância, ele disse que costumava desenhar "serial killers assassinando pessoas inocentes e pedófilos estuprando unicórnios (!), e os unicórnios estuprando e matando assassinos e pedófilos". Acho que ele deu essa resposta mais pra tirar onda com o repórter, mas isso não o torna menos perturbado. Doce como um limão. xD


Sobre as críticas que recebe, Joan cita a que mais lhe chamou atenção: "Uma das críticas mais conservadoras que recebi foi algo como 'crianças e adultos podem estar expostos a isso, e isso pode provocar seu subconsciente a cometer atos violentos contra os outros e a si mesmos.' Me pergunto se um cara desses já assistiu notícias na televisão."


Fico passada com a hipocrisia das pessoas que criticam o cara. Não gostar do estilo dele é direito de qualquer um, e isso não se discute. Agora, coisas como chamarem o Joan de doente, dizer que ele deveria ser preso, que está ensinando coisa errada às pessoas (WTF?!) e denunciar os quadrinhos dele... Ah, francamente! Primeiro: Os trabalhos dele são uma crítica. Ao desenhar uma velhinha sendo pintada de negra para ser presa ao invés de receber socorro, ele não está sendo racista - ele está justamente criticando o racismo, que faz com que pessoas negras ainda sejam vistas sempre como bandidos, em alguns países. Ao desenhar um homem drogando uma menina para deixá-la supostamente feliz, ele não está dizendo que se drogar é a solução - ele está mostrando alguém que fugiu do problema de forma tosca, após ver outra pessoa fazer o mesmo.É tudo irônico e hilário.

Tanta gente dizendo que "é pesado", que pode traumatizar as crianças e blá, blá, blá. Engraçado, o cara é um artista experimental, está fazendo denúncias através das tirinhas dele, mas é tratado como um vilão. E enquanto a mãe entra na page do Joan e faz a denúncia, o filho está assistindo uma novela das oito cheia de putaria, com uma vilã vingativa, um pai homofóbico forçando o filho gay a se casar com uma prostituta (que antes era amante dele, olha que beleza), uma mãe incitando a filha a arranjar um marido milionário.... Todas essas coisas bonitinhas, todos esses belos exemplos (not).... mas tudo bem a criança ver, melhor do que ver o sangue, o racismo e a pedofilia transbordando nas tirinhas do Joan, que está apenas mostrando a realidade que acontece no mundo, e que o povo adora cobrir com a peneira. Fora as novelas, ainda tem as músicas que bombam por aqui, o funk ostentação que fala do quanto o MC é  foda, por só vestir marcas caras e comer todas as menininhas que quiser. Aí o filhinho pode ouvir, né? Doentia mesma é a arte do Cornellá, já que ele põe o dedo na ferida que todo mundo tenta esconder. ¬¬

Esse artista não quer que olhem para o trabalho dele e digam "nossa, que lindo!". Ele quer que você olhe e se sinta incomodado, esse é o objetivo. E por isso mesmo ele é um gênio, pois consegue perturbar como ninguém.

Pra quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho do caricaturista, essa é a fan-page dele. Que tal abrir a mente, ver as tirinhas e tentar interpretá-las da forma correta, antes de sair por aí excomungando o autor? Vale a pena, ele é mesmo muito bom. :)

É isso por hoje, gente. Calor tá acabando com meu ânimo, e eu ainda tenho que me preparar pra viajem do finde. Xoxo. :*

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Anime: Sakurasou No Pet Na Kanojo

Olá, gente!
É incrível, mas a primeira quinzena do ano já foi embora (ah, vá!) - ou seja, já passou meio mês, e a maior parte de nós ainda não começou a cumprir a listinha de metas para 2014. Err. Tá, sei que essa conversa parece meio obsessiva compulsiva exagerada, mas é que a rapidez com que o tempo tem passado me dá um total desespero. :p

Que seja cerveja. Como ultimamente tenho assistido mais animes do que qualquer outra coisa, hoje trouxe pra vocês uma resenha, e esse post tá demais. :D


Sakurasou No Pet Na Kanojo é uma série de light novels de de 24 episódios que narra a rotina de Sorata Kanda, um aluno do segundo colegial que, por abrigar gatos de rua (protetor de animais <3), é obrigado a sair dos dormitórios regulares da Universidade Suimei e se mudar para a Sakurasou, uma república onde moram estudantes problemáticos e geniais, todos da área das artes. Já morando na Sakurasou, Sorata é encarregado de "cuidar" de Mashiro Shiina, jovem pintora que veio da Inglaterra e, por ter passado a vida apenas pintando, tem dificuldades com regras sociais e até para cuidar de si mesma. É a partir da relação curiosa entre os dois que a história se desenvolve, dando destaque também aos outros personagens e revelando um anime que é uma maravilha! :D


Decidi assistir Sakurasou... por curiosidade,  após ver algumas imagens dele no Facebook. Nos primeiros momentos do episódio 1, confesso que torci o nariz, pelo seguinte motivo: A primeira cena mostra Sorata acordando pela manhã, após ter passado a noite no chão - e ao se virar, ele já dá de cara com a bunda de uma das colegas de república, em close. Na próxima sequência, Sorata sai do quarto, e surge a professora responsável pela república, Chihiro Songoku - com um sutiã de oncinha despontando pelo decote gigantesco. Err. Bem, ao ver isso, pensei que o anime fosse um amontoado de echii e sem muito conteúdo. E gente, ainda bem que não me deixei levar por essa primeira impressão, porque já no restante do primeiro episódio, a deliciosa história já mostrou a que veio. Fiquei encantada. 

A série é comédia e romance puro, e talvez por isso mesmo eu tenha me apaixonado tanto. Os últimos animes que assisti tinham tons de mistério e investigação, e sentia falta de uma história mais normal, com estudantes que namorassem, se divertissem juntos, brigassem e tivessem rotinas mais parecidas com a realidade. É o que acontece aqui.



Os personagens tidos como principais são Sorata e Mashiro, que também são o casal "oficial" e têm cenas divertidíssimas (eles me lembraram um pouco o Kujo e a Vitorique de Gosick - mas a Mashiro é bem mais dócil). No entanto, Mashiro tem uma forte concorrente: Nanami Ayoama, a melhor amiga de Sorata que posteriormente também se muda para a república. Pelos comentários, vi que muita gente detestou a Nanami de cara e sempre torceu ferozmente pela Mashiro, mas se me permitem dizer, acho essa raiva pela Nanami completamente infundada. Ela é uma garota batalhadora, tem vários empregos para se sustentar e pagar a escola de dublagem (o sonho dela é ser dubladora), e apesar da "rivalidade" com a Mashiro, jamais agiu de má vontade com ela. Mashiro era inocente e poderia ser facilmente passada para trás, e ainda tem o fato de que Nanami e Sorata eram super próximos e sempre cuidaram um do outro. Ainda assim, as duas garotas se tornaram amigas e Nanami optou por ajudar Sorata a se declarar para Mashiro, mesmo gostando dele, mostrando que o queria feliz acima de tudo. Francamente, acho a Nanami admirável.


Além desse trio, também temos outro casal fofíssimo: Jin Mitaka, um roterista que faz o tipo sedutor e coleciona namoradas (e ao invés de ser um galã convencional, ele tem um visual meio geek, e achei isso super interessante), mas tem como verdadeiro amor a voluptuosa, hiperativa e adorável Misaki Kamiigusa, sua amiga de infância que sente o mesmo por ele e faz de tudo para que os dois tenham algo mais sério (os motivos para que o Jin relute em assumir Misaki são explicados ao longo da série). Os outros dois personagens são Rita, amiga de Mashiro que a visita de vez em quando, e Ryuunosuke Akasaka, o outro morador da Sakurasou. Sobre esses dois: o Ryuunosuke é um racker, um gênio, tem longos cabelos escuros e não gosta de interagir com colegas, mas ele não é só isso - ele é "sincericida", ácido, fala o que ninguém mais tem coragem de falar, e foge de garotas como o Diabo de cruz. Gente, amei ele! Asuhaushaushaushua, sério, fiquei encantada com ele desde a primeira cena em que ele apareceu! Em todo anime que assisto tem um cabeludo que me faz suspirar (Junichi, Brian Roscoe e Bou-san que o digam), mas com o Ryuunosuke foi diferente, provavelmente porque o jeitão dele lembra um pouco o meu irmão >.<. Cada vez que esse cabeludinho aparecia soltando um de seus 96797.347412 resmungos, minha vontade era de abraçá-lo, apertá-lo e irritá-lo ainda mais. xD

Com a Rita, minha antipatia foi instantânea, pois vi de cara que ela morria de inveja da Mashiro (francamente, a guria até deu em cima do Sorata pra irritar a "amiga"). Mas foi depois de levar uns belos cortes do Ryuunosuke que a personagem teve sua grande virada. Provavelmente por ter sido o único que disse a verdade na cara dela, ela se apaixonou por ele e passou a persegui-lo sem parar, tentando ficar com ele - e a última cena dos dois é de gargalhar. Mas foi justamente esse "namorico" com o Ryuunosuke que me fez gostar um pouco mais da Rita. 


Sakurasou No Pet Na Kanojo é ótimo por trazer grandes lições de amor, amizade e de lutar por nossos sonhos. É incrível a química entre os personagens, e é lindo ver o quanto eles se esforçam para se manterem assim, juntos. Ah, e mais uma coisa genial: Essa série faz uso de metalinguagem, então ela usa os trabalhos dos próprios personagens para explorar o universo dos animes, mangás e games. Com a ajuda da Rita, a turma da Sakurasou até mesmo cria um jogo interativo para o Festival Cultural da Universidade, e o episódio em que esse game é apresentado é brilhante e imperdível!


 Escrevi pra caramba, né? Aaushauhsuahsuahsua. Bom, gente assistam esse anime. A torcida por uma segunda temporada é forte pela internet (fizeram até petição), e ele é viciante, muito bom. Se joguem sem medo e se apaixonem também por essa turma!


Assista aqui.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Personagem: Lucinda Price

Olá, gente!
Ano começando, correria acabou, e por aqui na minha mente só se vê rolos de feno voando. E por falar nisso, como foram as entradas (piada velha)? Eu passei o Natal com a família e o Reveillón com a turma, com direito a Amigo Secreto, Drinking Game e muita estripulia! \o/

Decidi começar 2014 falando de uma personagem que eu gosto muito: Ninguém menos que Lucinda Price, da maravilhosa série Fallen, da Lauren Kate. Sei que os direitos dos livros foram comprados pela Disney e o primeiro filme está previsto para esse ano, mas como ainda não conheço o elenco, as fotos que vocês verão aqui não são oficiais, mas sim algumas ilustrações que fazem referência às capas dos livros, ok? Vamos lá. =)



Aos 17, Lucinda Price (ou Luce), sente-se como se estivesse enjaulada em seu próprio corpo: Após sobreviver a um incêndio que matou seu ex-namorado, Trevor, ela sofre com horríveis visões de sombras, tem pesadelos constantemente e é diagnosticada com esquizofrenia paranóide, sendo então mandada para o Colégio Interno Sword & Cross. É nesse internato que a saga de Luce começa, e onde ela conhece, aos poucos, os motivos de todas as suas estranhas sensações. Em meio a Ariane, Gabe, a inocente Penny e todos os outros anjos e demônios do local (ops, spoiler), Luce vive ao longo de quatro livros várias aventuras em busca de seu verdadeiro eu, e se vê em meio a dois rapazes fascinantes: Daniel Grigori, o anjo que amou por várias encarnações diferentes, e Cam Briel, um cara envolvente e com um magnetismo incrível, que atrai a moça, mas não consegue fazê-la tirar Daniel na cabeça.


Há quem faça comparações entre  Fallen e Twilight, mas tirando a narrativa em primeira pessoa através da protagonista, e a temática sobrenatural, as duas sagas não tem nada a ver - e digo isso como alguém que já foi fã de Twilight (abafa). Além de Fallen tratar tudo com mais profundidade e verossimilhança, as próprias garotas principais, Lucinda e Isabella, são bem diferentes - e eu gosto muito mais da Luce, embora não desdenhe da Bella. Não concordo com quem chama a Bella de submissa, pois embora o mundo dela realmente gire em torno do Edward e ela seja emocionalmente dependente dele, ela não acata as ordens dele e batalha pelo que acredita, mesmo que batam de frente. O que hoje consigo ver com clareza na Bella, e me incomoda, é que ela não hesita em nenhum momento entre se tornar uma vampira e continuar humana, o que tornou Edward mais importante pra ela do que toda a vida antes de conhecê-lo, inclusive os pais dela - ou seja, ela é egoísta. Não é o caso da Luce. A Luce é completamente apaixonada pelo Daniel e sente falta dele, mas ela tem um temperamento muito mais humano (um termo meio descabido em séries sobrenaturais, mas deu pra entender. Err.). Ela às vezes duvida se vale a pena tanta loucura, se Daniel realmente tem o direito de super protegê-la, e chega a se interessar por outros rapazes e até - óh, que escândalo! - beijar alguém que não seja o amor da vida dela. E não venham chamar a Luce de vadia , se não apanham: Ela é uma adolescente. Ou seja, Lucinda Price é uma jovem descobrindo a vida, e muito mais estranho é se entregar de cabeça e definitivamente nessa idade. Além do mais, quando ela embarca nas aventuras no tempo, não é só pelo Daniel. É por ela mesma.


A Luce é o tipo de papel que, se eu fosse atriz, sairia no tapa para interpretá-la. Ela é intensa, inquieta, incrível. É autêntica, é corajosa, foge do estereótipo de princesinha e, no segundo livro da série, Tormenta, até mesmo descolore os lindos cabelos negros no banheiro do dormitório, em um ato impulsivo. A Luce tem o jeitão das garotas tresloucadas, e isso é tão legal, me identifico tanto, auhsausuahsuhasuhaua!

Também confesso que estou muuuuuito curiosa pra ver a série no cinema, pra ver se todo aquele mundo incrível vai ser passado com competência para as telonas. Por outro lado, eu conseguia visualizar tudo com tanta perfeição na minha cabeça - até hoje lembro como se estivesse passando um filme, e olha que já faz algum tempo que terminei de ler -, que tenho medo que estraguem a obra, como tantas adaptações fazem. O negócio é ir ao cinema com um bom preparo psicológico (rsrsrs...), e cruzar os dedos para que tudo saia perfeito. =)


É isso, gente. Espero que tenham gostado dessa primeira postagem do ano. Sei que ficou meio curta, mas não dá pra falar de Fallen sem entregar o ouro, então preciso me conter >.<. Mas leiam, pesquisem e assistam quando sair, porque é muito bom. ^.^

Beijinhos. =*