quinta-feira, 27 de março de 2014

Top 5: Filmes para chorar

Cinema é questão de gosto e, acredito eu, momento. Embora eu seja uma exímia admiradora de cinema experimental, filmes de arte e bizarrices que pouca gente entende gosta (beijo, Lars Von Trier), sou humana e muitas vezes quero apenas relaxar com uma tigela de pipoca, assistindo filmes de menina (lembram da minha lista de comédias românticas?), clássicos de Sessão da Tarde (alguns tão ruins, que chegavam a ser bons) e meu gênero preferido que, como todos sabem, é suspense/terror :3.

Não sou muito chegada a Drama. Para realmente me agradar e tocar meu coração tem que ser excepcional, tipo O Segredo dos Seus Olhos. Ainda assim, me arrancar lágrimas é tão difícil quanto me assustar - e os 5 filmes que coloquei nessa lista sequer entram no gênero Drama, asuahushuahsuahsua (os que mais se aproximam a isso são o 3 e o 1). Mas como emoção é muito relativa, fiquei surpresa ao ver esses longas e acabar chorando baba e ranho. Sendo assim, vou compartilhá-los com vocês, já que o mérito de me derrubar foi todo deles xD :

5. Presságio

Tá, eu sei que esse filme decepcionou muita gente, mas o fato é que eu adorei ele. Embora eu também tenha achado aquelas cenas do final meio forçadas, Presságio conseguiu prender minha atenção, me deixou bem assustada (tremi na hora do pesadelo do garotinho) e  me fez imaginar o que eu faria, na situação do protagonista interpretado pelo Nicolas Cage. Mas a cena responsável por incluir o filme nessa lista foi, sem dúvida, a cena da despedida entre pai e filho, quando o menino não quer entrar na "arca" e deixar o pai para trás. Quase morri, eu provavelmente faria um escândalo e colocaria meu pai pra dentro na marra, no lugar dele. :P

4. O Nevoeiro

"WTF, Letícia? Você chorou vendo um terrorzão, baseado em uma obra do Stephen King?". Pois é, gente. Esse filme nem é tão sangrento, mas foi um dos terrores que mais conseguiram me perturbar, de uma forma que pouquíssimos tiveram a honra (o outro foi Irreversível, mas esse merece um post só para ele). O filme é claustrofóbico do início ao fim, explorando bem os sentimentos das pessoas presas dentro de um supermercado em pleno apocalipse, sem ter uma noção real do que as espera e tendo que conviver com o próprio pânico (e uma fanática religiosa que consegue ser a criatura mais assustadora de O Nevoeiro). A ausência de trilha sonora tornou tudo ainda mais real e me tirou o sono durante semanas - mas a cena que o deu lugar na lista foi, mais uma vez, a última. Quem assistiu sabe o quão doloroso foi para o protagonista, fazer o que ele fez, e perceber que fez aquilo inutilmente e agora não poderia mais voltar atrás foi a coisa mais aterrorizante do mundo, passei mal de tanto chorar e cheguei a deixar o então namorado preocupado. Filmaço.

3. PS: Eu te amo

Esse filme é pop e até já foi citado aqui no Blog, mas sua história linda, fofinha e emocionante mereceu a medalhe de bronze (ainda não tive oportunidade de ler o livro, que dizem ser mil vezes melhor). Nem precisa ser um(a) grande romântico(a) para se emocionar com essa história, basta se imaginar na situação da mocinha, que vivia um relacionamento feliz  e apaixonado (mesmo com as eventuais brigas, e acho ótimo que a história não tenha precisado vender um "casamento perfeito" para validar o amor e o sofrimento da Holly), e de repente viu seu parceiro ir embora tão jovem, levando embora o sonho de construir uma família com ele e a fazendo se sentir completamente sem chão. O choro aqui  veio na cena em que ela lê a carta perto do "forte" de quando o marido era criança (e é lindo ver ele narrando e sorrindo enquanto fala com ela), mas o nó na garganta permaneceu o tempo todo, e por isso esse longa está aqui.

2. Marley & Eu

Eu amo animais, principalmente cachorros, então não é nenhuma surpresa o fato de nada conseguir me comover mais do que eles (e uma coisa que me deixa furiosa é ver um animal em um filme de terror, porque de cara já sei que o bichinho vai se dar mal). Marley & Eu é uma história real e baseada no livro do John Grogan, e o danado do labrador apronta o diabo: Arrasta mesas de restaurantes, pula do carro em movimento, come a joia que sua dona acabou de ganhar de presente... enfim. Mas nada disso impede de nos apaixonarmos completamente por ele. Os momentos que me fizeram alagar a casa aqui foram a cena em que o dono Owen Wilson se despede de Marley, seu amigo de anos, e faz uma declaração de amor a ele, e a cena do "funeral", com direito à homenagem das crianças e à dona tirando o colar que havia sido comido pelo cão anteriormente, a fim de enterrá-lo junto com ele. Lindo demais.

1. Sempre ao seu lado

Esse é pra derrubar até aquele seu amigo metido a machão! (boatos de que a maioria das cidades brasileiras sofre com terríveis alagamentos, nos dias em que a Globo passa esse filme). Err. Brincadeiras a parte, esse filme também é baseado em uma história real, mas sua grande diferença para Marley & Eu é que o labrador do John Grogan teve uma vida longa e feliz, o que não foi o caso do Hachi, interpretado por nosso amigo Akita que diva ao lado do Richard Geere em Sempre ao seu lado. Esse foi o ÚNICO filme que conseguiu a proeza de me fazer chorar do início ao fim - sim, já abri o berreiro assim que vi a primeira cena, com aquela bolinha de pelos indo atrás do protagonista e o "escolhendo", como disse o próprio professor. Chorei justamente por já conhecer a história, e todo o longa foi só emoção - principalmente na cena em que a viúva encontra o Hachi na estação após 9 anos e chora abraçada nele (chorei de soluçar nessa parte). O final, que dá a entender que Hachi finalmente reencontrou seu amigo, ao morrer velhinho e dormindo, foi uma das cenas mais lindas que já vi em um filme. Tanto que tô chorando agora, enquanto escrevo isso, só por ter me lembrado (podem me chamar de emo fresca monga). xD


Essa lista acabou trazendo filmes bastante populares, mas que de fato me emocionaram muito e nunca mais saíram da minha cabeça. Amo todos. :) E quanto a vocês: Qual filme conseguiu fazê-los chorar de verdade?

Beijinhos, até o próximo post! :*



quarta-feira, 19 de março de 2014

Cultura de estupro, em pleno horário nobre


Ler sobre BBB nesse blog é tão frequente quanto ver unicórnios se depilando. Assim como alguém assistir BBB na minha casa - reconheço que quando mais novinha eu era viciada, já que sempre fui uma observadora do comportamento humano e gostava de tentar "prever" os movimentos dos participantes, naquele jogo louco. Mas a baixaria que tomou conta do programa e as manipulações que chegavam a ser óbvias já me desencantaram há algum tempo. No entanto, no último domingo vi o maior bafafá na timeline do Twitter. O motivo: uma acusação de abuso no BBB. Um barraco dos mais feios. Muita gente defendendo o acusado, e mais uma caralhada de gente culpando a garota. De novo. Chafurdei sites de fofoca, vídeos da Globo.com e a própria exibição de domingo, a fim de descobrir a quantas andava o jogo e o que havia acontecido. E como eu imaginava, nada me surpreendeu.

Angela e Marcelo são dois participantes que inicialmente tinham uma amizade dentro da casa, e posteriormente trocaram beijos em uma festa. O rolo não foi pra frente e Angela, tentando manter a amizade, procurou Marcelo durante a festa que aconteceu no último sábado (15). Angela acreditava que seria eliminada no próximo paredão, e decidiu beber todas e aproveitar o suposto tempo restante. Nos vários momentos em que tentou conversar com Marcelo, já visivelmente tonta, aparece se esquivando de abraços e beijos dele, que insistia em ficar com ela novamente. Seu "não" provavelmente foi ouvido mais de trinta vezes, por ele e por todas as câmeras.





Irritadíssima com as investidas de Marcelo (que em certo momento chegou a imprensá-la sobre o sofá da sala), Angela desistiu do papo com ele e continuou bebendo junto com as colegas de confinamento. Em pouco tempo já mal sustentava as próprias pernas, tanto que Cássio, outro participante, a ajudou a se deitar sobre algumas almofadas que faziam parte da decoração, e chegou a ouvir Angela dizer coisas como "Marcelo é um idiota." Com Angela já deitada, Marcelo andou até ela e jogou água em seu rosto, mesmo com os protestos da própria e de Cássio, que alegava que a sister ia se afogar. Irritado, Marcelo jogou com força uma almofada na cara de Angela, em uma atitude digna do meu primo de seis anos de idade.

Com Angela já quase adormecida, Marcelo se deitou ao lado dela - que alegou que ele poderia ficar ao seu lado, NADA ALÉM DISSO. Os carinhos no rosto e os selinhos na garota desacordada incomodaram Cássio, que pediu que outras duas participantes o ajudassem a tirar Angela de lá e dessem um banho nela. Marcelo disse "deixa que eu dou", mas Cássio negou e a moça foi levada pelas colegas para dentro de casa. Com Angela já longe, Cássio comentou com outra participante que Marcelo estava se aproveitando da situação. A participante contou ao Marcelo, que ficou furioso, foi tirar satisfação com Cássio, e ao ouvir a palavra "abuso" perdeu completamente as estribeiras. O resultado disso foi uma discussão violenta e acalorada entre os dois e um Marcelo passional a ponto de avançar sobre Cássio (ele inclusive teve que ser segurado por outro colega, para não agredi-lo), objetos quebrados intencionalmente por Marcelo (um pedaço de vidro chegou a atingir o rosto de Clara, outra participante) e uma das maiores demonstrações da Cultura de Estupro que a TV aberta já teve: Uma garota bêbada sendo beijada contra a vontade, ninguém vendo nada de errado nisso e o único que teve coragem de defendê-la sendo rechaçado pelo público e pelos colegas. Só Cássio viu aquele beijo como abuso, apesar de todos os foras que Angela já havia dado em Marcelo e da impossibilidade de ela se defender, naquele momento.






Cássio e Angela estão longe de serem santos, como qualquer ser humano. Cássio já fez várias "piadas" de mau gosto (frases contendo misoginia e racismo) e Angela foi uma das participantes que mais criticou Letícia, participante que já foi eliminada e costumava, digamos, usar seu "poder de sedução" com os rapazes da casa, para se dar bem no jogo. O ponto é que a conduta anterior do Cássio e da Angela NÃO ESTAVA EM QUESTÃO AQUI, e nada, absolutamente NADA, justifica a atitude que Marcelo teve, de se aproveitar da embriaguez de uma garota que já havia o rejeitado para tocar nela. Tatiele, uma participante que defendeu Marcelo e chegou a soltar as pérolas "Só é abuso se tocar nas partes íntimas da pessoa!" e "Não vejo nada de errado em um selinho entre pessoas que já ficaram!" (Tatiele, você é machista) apenas faz parte do senso comum que as pessoas insistem ser mania de perseguição de feministas: o não de uma mulher não vale nada. Se ela abraçou o cara, ela "pediu pelo abuso". "Ela não devia ter bebido". "Foi só um beijo". "Eles já tinham ficado". Por causa dessas e de mais zilhões de desculpas, as pessoas de dentro e de fora da casa tiveram empatia pelo abusador, e não pela vítima. Chamaram a Angela de bêbada e sonsa, o Cássio de exagerado (entre outras coisas "bonitas") e o Marcelo de inocente, de coitadinho, de bom moço que jamais faria isso. Por que é assim que o machismo e a cultura de estupro funcionam: O acusado é uma boa pessoa e jamais faria isso (tipo os vários maridos que assassinam suas mulheres), a mulher deveria se valorizar e beber menos, e o Cássio é o intrometido que deveria cuidar da própria vida e parar de se meter no "relacionamento" dos outros. A mente ignorante, machista e tacanha das pessoas pensa assim desde que o mundo é mundo, e é por isso que milhares de mulheres são agredidas, torturadas, violentadas e mortas, todos os dias. Porque "em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Porque ninguém deve se meter onde não é chamado, ninguém deve deter um abusador ou denunciá-lo, ainda que veja tudo pelo qual a mulher está passando.

Como eu disse no começo do post, nada me surpreendeu nisso tudo. Porque culpar a vítima sempre foi e continua sendo senso comum, e negar abusos é normal. E por isso eles continuam acontecendo, em pleno horário nobre da televisão brasileira, sendo vistos por todos e mantendo o círculo vicioso do machismo e do desrespeito.




quarta-feira, 12 de março de 2014

Anime: Paradise Kiss

Boaaaa tarde! :D
Gente, a minha vida deu uma sacudida legal, da segunda quinzena de fevereiro pra cá. Tô trabalhando muito, ralando muito, mas também tô curtindo pra caramba e com novidades em todos os setores que vocês imaginam. :3 Ainda é cedo pra contar e definir qualquer coisa, mas tô muito feliz. <3

Viajei antes do Carnaval e só voltei pra casa ontem, por isso que sumi do Blog, auehuaheuahea. Mas hoje finalmente tô aqui, e com todo o gás! \o/ E vou fazer um dos posts que eu e vocês mais gostamos: Resenha de anime. =)

Paradise Kiss é uma obra que mistura as duas maiores paixões do autor Ai Yasawa: a moda e os mangás. Os quadrinhos foram publicados na revista Zipper entre 1999 e 2003, e o anime estreou em 2005, tendo 12 episódios.


Falar de Paradise Kiss é um pouco difícil, por um motivo simples: ele é o anime mais diferente que eu já vi, dentre os que sou acostumada a acompanhar. Com poucos episódios e um ritmo ágil, é muito bom e tem personagens extremamente marcantes, que são os maiores responsáveis por tornar a história viciante.

Misturando amor, moda e descobertas na fase mais intensa da vida, a obra tem como protagonista Yukari Hayasaka, que aos 17 anos, vive situação semelhante à de muitos adolescentes: ainda muito jovem e sem conseguir decidir que profissão seguirá, acaba estudando loucamente e tentando entrar em uma Universidade por pura pressão da família. Mas por não ter um objetivo traçado, Yukari estuda sem paixão nenhuma e tem dias vazios e monótonos... isso até ser abordada na rua pela turma da oficina "ParaKiss", e ver tudo começar a mudar. 


A ParaKiss nada mais é do que a abreviatura de "Paradise Kiss" - que além de ser o título do anime (dããã...), é também a marca de vestidos criada pelo inteligente e rico George Koizumi, jovem estilista iniciante sensacional que, com a ajuda dos auxiliares e amigos Arashi, Miwako e Isabella, convence a bela Yukari a ser a modelo que usará o vestido feito por eles no concurso da Universidade de Moda. As pessoas do time da ParaKiss são bastante excêntricas para o que Yukari está acostumada: Arashi tem um visual punk, com piercings por todos os lados, toca em uma banda e, apesar de parecer rude no início, é gentil e bondoso, mostrando essa faceta principalmente quando está com a namorada, Miwako. Miwako, por sua vez, foi a personagem que mais me deixou perturbada no início, pelo fato de que não consegui identificar de cara a idade dela. Ela é adorável, tem um visual lolita e cabelos cor-de-rosa maravilhosos, mas por ser baixinha, delicada e ter uma voz quase infantil, era como ver uma criança, então tomei um baita susto quando vi ela e o Arashi no meio de um amasso daqueles no capítulo 2, aushaushuahsuahsaushau. Já a Isabella é a grande surpresa da série e falar muito dela seria entregar o jogo - mas já adianto que essa mulher simpática e extravagante é, acima de tudo, corajosa e admirável. Prestem atenção nela, mesmo que a história não a dê muito destaque no início.





George e Yukari são os protagonistas e casal oficial de Paradise Kiss, e seguram muito bem o tom adulto, diferente e até meio sombrio desse anime genial. A química dos dois é tão incrível que muito casal de carne e osso perderia feio para eles, sem exagero. E vi com George e Yukari algo que, por eu não ter hábito de assistir shoujo, ainda não tinha visto: cenas picantes em um anime. Nada explícito, mas que cumpriu muito bem o que propôs, e tornou o casal ainda mais real do que já era. Além do mais, não é só juntos que eles se destacam, pois George e "Caroline" (o apelido que Miwako deu à Yukari, sei lá porque diabos) são personagens complexos e interessantes por si só: ele é bissexual, faz vestidos desde criancinha e é bastante ácido em alguns momentos - principalmente com a Yukari, embora realmente a ame. Já ela é interessante porque é extremamente humana e confusa, mas tem um espírito livre e inquieto, e não hesita em lutar pelo que deseja, quando percebe que quer seguir a carreira de modelo e tomar as rédeas da própria vida. Há tempos eu não via um casal tão afinado quanto George e Yukari, eles têm muuuuuito a mostrar.



E, falando mais uma vez que esse foi o anime mais diferente que já vi (sou repetitiva, *bocejo*), falo também da arte. Como já mencionei, o visual tem um tipo mais sombrio, com uma paleta de cores escuras e fortes, traços mais finos (e lindos) e personagens que fazem caretas bem estranhas em alguns momentos (não engraçadas, mas estranhas, mesmo).Outra coisa que merece ser mencionada é a trilha sonora: ela é maravilhosa, muito boa! Não só as músicas que tocam durante os episódios, mas também as próprias canções de abertura e encerramento (a ending é nada menos que Franz Ferdinand <3). Dá vontade de levantar da cadeira e sair dançando pela sala. =)




Paradise Kiss conseguiu me cativar e entrou para minha lista dos animes mais tops. Não é preciso gostar de moda para assistir: basta gostar de uma história bem contada e com personagens que valham o próprio cargo. Assistam!