quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A importância de fugir dos padrões


Jennifer  Lawrence tem 23 anos, é atriz e nasceu em Kentucky, nos Estados Unidos. Seu currículo já conta com mais de 20 filmes e 12 prêmios de melhor atuação, incluindo o Oscar 2013, pela comédia O Lado Bom da Vida. Começou a trabalhar aos 14 anos, e mesmo nunca tendo feito qualquer curso de teatro, seu talento já chamou atenção nos primeiros testes, e ela nunca mais parou de atuar.



Bruna Vieira é brasileira e nasceu em Minas Gerais. Aos 19 anos, é colunista da revista Capricho, autora do blog Depois dos Quinze, eventualmente dá palestras em escolas e já tem dois livros lançados, sendo o primeiro de contos e o segundo, um romance. Bruna ainda não chegou a ingressar em uma universidade, e iniciou seu trabalho ao transformar sua primeira desilusão amorosa em combustível para a escrita: aos 14 anos criou seu primeiro blog, e carimbou seu passaporte para o mundo.





O que Jennifer e Bruna têm em comum, além da pouca idade e do futuro promissor? Elas têm atitude e personalidade própria. E em um mundo onde as mulheres são julgadas principalmente pela aparência  e sofrem para se encaixarem em padrões, elas são donas de seus próprios corpos. E exemplos a serem seguidos.

Ambas são lindas, mas não são perfeitas, e não têm nenhum problema em assumir isso. Jennifer é loira, tem olhos azuis e é mais alta que seu par romântico na saga Jogos Vorazes - o que já é motivo para muitos desocupados serem contra o casal, por mais ridículo que isso pareça. Mas o mais patético de tudo, é o fato de ela ser considerada gorda para os padrões do cinema. Ao longo de sua carreira, Jennifer foi pressionada diversas vezes a ficar mais magra, chegando a receber ameaças de demissão se não fizesse isso. A situação da morena Bruna não é muito diferente: com seu biótipo tipicamente brasileiro, de quadril larguinho e coxas grossas, ela não se parece com uma modelo de passarela. E a cada look do dia (um mais lindo que o outro) que posta em suas redes sociais, precisar ler a inevitável leva de comentários a aconselhando - e às vezes até mandando - emagrecer. Típicos comentários de quem se acha no direito de controlar o peso alheio, como se os números da balança tivessem um limite previsto na Constituição. 



Bruna e Jennifer não se submetem aos padrões. Elas se gostam do jeito que são, e aprenderam a lidar com às críticas bestas à aparência. Porque a sociedade funciona assim: Se você é mulher, precisa ser linda e perfeita. Você pode ser uma atriz foda como a Jennifer ou uma escritora prodígio como a Bruna, mas se você não for magérrima, alisada, com tudo perfeitamente durinho e sem vestígios de celulite, estrias e afins, ainda não será boa o suficiente. Toda garota que sai na rua enfrenta o julgamento alheio e os olhares para suas roupas, seus cabelos, seu rosto com ou sem maquiagem e, principalmente, seu corpo. E é justamente esse tipo de sociedade que prega que só o magro é o belo, que coloca nas cabeças das adolescentes ou mesmo adultas que elas precisam fazer a dieta da melancia, da lua, beber só água durante uma semana ou chegar ao cúmulo de ingerir algodão, para ser aceita e não virar alvo de piadas. Já as duas garotas desse artigo fazem o contrário: elas mandam esses críticos à merda. Elas riem de si mesmas, assumem seus próprios "defeitos" e, ao comerem o que têm vontade, mostram que são gente como a gente, e que todas as belezas têm espaço.





Não, esse texto não é uma apologia à obesidade, tão pouco um boicote à malhação e alimentação adequada. Assim como a ditadura da magreza não se trata de saúde - se trata de controle. Olhe bem para as fotos da Bruna e da Jennifer, e veja se elas são obesas. Não, elas são apenas duas garotas que ousam serem felizes e normais sem contarem as calorias o tempo todo, e é isso que incomoda tanto as pessoas.




Jennifer e Bruna são mulheres inteligentes e autênticas, e independente de você gostar ou não dos filmes da atriz e dos livros da escritora, independente de você gostar ou não de Jogos Vorazes e da Capricho, deve reconhecer que esse comportamento delas está prestando um grande serviço a todas as meninas que as admiram. Precisamos de mais Jennifers e Brunas por aí, e talvez assim menos garotas morram vítimas de transtornos alimentares, todos os anos e cada vez mais cedo.


2 comentários:

  1. Concordo!
    Eu já me acho magra e perto dessas estrelas de Hollywood eu até poderia ser considerada gorda, talvez por ter nascido no Brasil eu não acho nem um pouco bonito mulheres magras. Ambas as moças que você citou tem corpos bonitos.
    Adorei o seu espaço já estou seguindo.
    Bj
    planoaouplanob.blogspot.com.br

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    1. Oi, Yasmin!
      Eu tenho um problema de efeito sanfona, hehehe. Não chego a ter sobrepeso, mas também nunca vou ser magrinha, e minhas coxas nunca serão totalmente separadas, aushaushuahsa. Na real meu biotipo lembra o da Jennifer, só que sou mais baixinha. E é claro que eu também não teria chances em Hollywood, ausuahsuahushuahsuahsuhsua.

      Beijinhos. :*

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