quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Filme (bizarro): A Centopéia Humana


Há algum tempo atrás, como sempre acontece quando fico entediada (leia-se sozinha em casa, cansada de escrever, enjoada de ler e com a cabeça doendo de tanto ver animes), catei um filme sem noção pra assistir. E o escolhido foi justamente A Centopéia Humana, a primeira sequência daquelas "obras de arte" do Tom Six, em que as pessoas tem as bocas costuradas nos bumbuns (estou sendo educada) umas das outras. Não tenho coragem de ver o segundo filme, que dizem ser beeeem mais hardcore, mas como juraram que esse mostrava pouquíssimo gore, olhei sem receios e sem expectativas.

Gente, o filme é tão ruinzinho que, apesar da premissa genial (cof, cof...), conseguiu ser um mero terror bobo. Para começar, todos os atores são sofríveis, ninguém se salva, garanto que até as árvores das peças escolares tem uma performance melhor atuando (nossa, como tô engraçada hoje u.u. Not). A história e o roteiro simplesmente não podem ser levados a sério, então decidi escrever essa resenha de forma diferente, com anotações que eu fui fazendo enquanto assistia, mesmo (adoro fazer isso).



ATENÇÃO: O TEXTO ABAIXO ESTÁ CHEIO DE SPOILERS!

*A casa do médico maluco foi a única coisa o que mais gostei no filme. A planta dela é um verdadeiro labirinto, com uma decoração fria, quadros bizarros, corredores estreitos e um monte de portas que podem dar tanto para quartos quanto para uma piscina ou uma câmara de tortura. Pra mim, que tenho fobia de labirintos e de qualquer coisa que me sufoque, só ficar perdida dentro dessa casa seria um verdadeiro filme de terror.

*Uma das garotas tenta fugir assim que fica sabendo o que o médico pretende fazer. E a falta de inteligência da criatura é digna de aplausos. Depois de correr pela casa, ela se fecha em um dos quartos enquanto o Doutor Albieri Helter a persegue. A primeira coisa que pensei foi "deixe a porta aberta, e assim que ele entrar taque um desses abajures pesados na cabeça dele". Mas não, a moça trancou tudo e ficou lá encolhida, enquanto o cara esmurrava a porta e ameaçava arrancar todos os dentes dela sem anestesia (ai). O que ela achava, que ali ficaria salva dele? Outra coisa que me causou um facepalm foi ela tentar fugir arrastando a amiga. Até onde ela achou que conseguiria ir? Ela sabia que o médico não ia matar as outras vítimas, então simplesmente sair correndo sozinha para buscar ajuda teria tido mais chances de dar certo.

*O japonesinho furioso na maca fez eu me escangalhar de rir.

*Talvez eu esteja ficando paranóica, mas o fato de o médico ter colocado o único homem do trio na posição menos, digamos assim, "desfavorável", me soou como misoginia. Quando ele dá tapinhas nas costas do cara e o chama de "meu líder", a impressão de machismo é reforçada. De qualquer jeito, em um filme como esse isso nem é relevante.

*O médico beijando o próprio reflexo no espelho, se parabenizando por seu feito, foi uma das cenas mais "WTF?!" que já vi na minha vida. Mas para um personagem tão louco, egocêntrico, sádico e bizarro, isso fez todo o sentido.

*Achei que o "líder" da centopéia seria o primeiro a se recusar a comer, por causa da situação das "colegas". Mas ele nem pensa antes de cair de boca na comida. Pô, que falta de consideração!

*Qual a necessidade de mostrar o médico nadando pelado?

*O pus saindo do rosto infeccionado de uma das vítimas me deu mais nojo que todo o resto.

*Para um psicopata, o doutor é outro que carece de inteligência. Quando um policial e um detetive que estão investigando os desaparecimentos vão até sua casa, ele é tonto o suficiente pra deixar uma seringa com tranquilizante cair bem na frente dos caras. E quando questionado, responde: "É insulina! Eu tenho diabetes!" Há há há há há há há há há há há há há!

*Uma das vítimas morde o médico e lhe arranca um pedaço. Bem feito pra ele. Mas essa cena não precisava ser em close, né?

*A cena da centopéia subindo a escada me deu muita agonia.

*O líder da centopéia, que até então me parecia o menos burro mais inteligente, escolheu um péssimo momento para refletir sobre sua vida miserável e punição divina. Cara a cara com o vilão e com chances de matá-lo e acabar com aquilo tudo, simplesmente pegou um caco de vidro e se suicidou. Não acreditei no que meus olhos estavam vendo.

*Esse filme tem a polícia mais incompetente da história do cinema.

*O final angustiante para a sobrevivente poderia ter sido bom, se o segundo filme partisse dali. Mas como não é o caso, aquele final foi uma bosta e não fez sentido nenhum. Foi um "final sem final".



Conclusão: só assistam esse filme se estiverem muuuuuuito entediados, ou com tanto mau humor que precisam de algo para detonar. O troço é uma bomba, e no mau sentido.

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