segunda-feira, 9 de junho de 2014

A união que nasce na dor




Como disse Luís Fernando Veríssimo, só pode ter sido um erro do juíz, expulsar Fernandão tão cedo do campo da vida. De forma trágica, cruel e repentina, a nação colorada teve seu maior ídolo arrancando de si. E em pleno sábado pela manhã, fui acordada por uma notícia que de início pensei que fosse mentira - ou melhor, que eu queria que fosse mentira. Mais um acidente grave e fatal levou uma pessoa de bem. E assim como todos os meus conterrâneos gaúchos, eu me entristeci. E acompanhei as notícia que pipocavam a cada segundo, não só na TV, mas nas redes sociais. Milhares de pessoas levando flores e posters ao Beira Rio, o estádio do Sport Club Internacional. Colegas e amigos, aos prantos, sendo entrevistados pelas emissoras de televisão. Fãs postando as fotos que tiveram o privilégio de tirar com o ídolo. E a hash-tag #LutoFernandão ficando o dia todo entre Tt's mundias, no Twitter.

A dor pela morte de Fernandão, capitão do Internacional que comandou o time quando este foi Campeão do Mundo, em 2006, não abalou só o Rio Grande do Sul e Goiás, sua terra natal.O Brasil inteiro chorou e até o resto do mundo sentiu, o que mostra apenas um terço da importância que essa pessoa incrível tinha. A homenagem mais significativa ainda estava por vir. E o Grêmio, rival do Internacional a mais de um século, estendeu a mão e deu força, fazendo assim um dos momentos mais bonitos da história do futebol gaúcho. Manifestos de apoio que começaram nas páginas virtuais do time e se estenderam ao luto. A bandeira do Inter, no estádio Beira Rio, estava a meio mastro. E a do Grêmio, no Estádio Arena, também.



E ontem à noite, no horário da missa em homenagem à Fernandão, eu, colorada, fiquei de queixo caído. Fernandão, na morte, mais uma vez provou que não era "apenas um jogador", e fez algo que colorados e gremistas nunca imaginaram que veriam um dia: O Estádio Beira Rio foi pintado de vermelho e azul, unindo sua cor com a cor do Grêmio. Algo que jamais foi visto, e dificilmente será visto de novo. Uma das rivalidades mais ferrenhas do Brasil foi deixada de lado, me dando, além da sensação de agradecimento pelas atitudes lindas do Grêmio, mais um motivo para ter orgulho de ser gaúcha. Um orgulho imenso.




Talvez o meu maior desejo no momento - não só meu, mas da maioria dos colorados e gremistas que choraram a morte de Fernandão - seja que esse fim de semana entre para a história não só pela morte do herói do time, mas também pelo dia que marcou de fato o final de uma rivalidade, para sempre. O dia em que a rivalidade passou a ser apenas nos campos, como deve ser. O dia em que as brigas violentas entre as torcidas acabaram, e pais puderam levar suas crianças para assistir um GreNal no estádio, para se emocionarem tendo certeza de que voltarão para casa felizes e inteiros, sem serem vítimas de agressões e/ou balas perdidas.

Graças a Fernandão, esse cara formidável como profissional e pessoa, o único capaz de colorir o Beira Rio de azul e vermelho, nós podemos acreditar nisso.

À esquerda, Fernandão com a camisa do Goiás, clube que o revelou.
À direita, com a camisa do Internacional.

2 comentários:

  1. Ola!!! vi seu blog na Page Blogueiras, Gurus & Seguidores, e vim conhecer seu cantinho e já estou seguindo.
    Retribui?
    Bjão
    http://soelassentendem.blogspot.com.br/

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