quarta-feira, 15 de maio de 2013

Filme: Ensaio Sobre a Cegueira

Olá, povo! Que tal meu novo plano de fundo? =)
Pois é, sumi por duas semanas, mas tenho uma justificativa: Sexta feira passada foi meu aniversário, e completei 60 22 aninhos (todos: "êêêêhhhh!!!"). Como a última semana foi de correria e comemorações com família, amigos e afins, não tive tempo de escrever um post legal. Mas hoje voltei, e cá estou eu! :D (ah, vá!).

Hoje nosso assunto vai ser cinema! Assisti Ensaio Sobre a Cegueira a cerca de um mês atrás, e simplesmente me apaixonei por ele. Na minha opinião, é o tipo de filme que TODO MUNDO precisa assistir.





Baseado no livro de José Saramago e produzido por Japão, Brasil e Canadá em 2008, a direção é do brasileiro Fernando Meirelles - mas juro que não falo bem do filme pra puxar a sardinha. Eu já havia lido resenhas dele em outros Blogs, a maioria elogiando, e fiquei curiosa pra assistir. Foi um dos melhores que eu já vi.

Em um belo dia, um homem (Yusuke Iseya) dirige tranquilamente seu carro, e é atingido por uma cegueira súbita e inexplicável - e diferente da cegueira comum, essa é toda branca, como se uma névoa estivesse diante de seus olhos. E uma a uma, cada pessoa que tem contato com essa primeira vítima fica da mesma maneira, desde (bem feito) o homem que roubou seu carro (Don McKellar) até o médico que o atende (Mark Ruffalo). Não espere explicações sobre a "doença", pois o foco é outro: A maneira como a humanidade se comporta diante de uma catástrofe como essa.

Com o problema aumentando a cada dia, o governo (que, assim como no livro do Saramago, não deixa claro em nenhum momento o local em que a história se passa) decide colocar as vítimas em quarentena em uma espécie de Albergue - e lá eles recebem comida, água e tudo limitado, tendo que se virar. A esposa do médico (Mark), vivida pela Julianne Moore, é a única que não é atingida pela cegueira - mas decide se fingir de cega, a fim de ficar perto do marido e ajudar as outras vítimas. É isso que ela faz. A personagem da Julianne - que assim como todos os outros, "não tem" um nome - é forte e admirável. É impossível não imaginar o desespero, estando no lugar dela.

O filme é o que podemos chamar de "claustrofóbico". É como um terror sem sustos, em que o nosso medo está em visualizar o quanto somos/seríamos vulneráveis. Quer dizer, o que nos garante que algo do tipo não vai realmente acontecer conosco? Aí fiquei com dificuldades de saber o que seria pior: Ser um dos cegos (Além dos já mencionados, tem a Alice Braga, o Danny Glover, o Gael García Bernal, e mais uma porrada), ou ser a Julianne, que mistura sentimentos de "culpa" por ser a única saudável e ao mesmo tempo se sente a responsável por todos eles.

Aliás, só essa premissa já daria muito história, mas a obra tambem trás um vilão - e um vilão detestável. (Atenção: SPOILERS) Gael García Bernal, insano e extremamente ruim, se auto declara líder de um dos grupos do Albergue, e decide racionar provisões para o restante dos doentes. Em uma das passagens mais aterrorizantes do filme, mostra o lado mais sujo do homem: Avisa que só vai liberar os mantimentos para o restante, se eles "cederem suas mulheres". Além da nojenta situação de ver as mulheres sendo tratadas como objetos, dá pra passar mal assistindo a cena de estupro coletivo, pelo simples fato de que sabemos que é exatamente isso que aconteceria com a gente. Horrível. Mas o personagem do Gael têm seu merecido castigo, e vindo das mãos certas - a cena de sua morte é de vibrar, por mais cruel que isso soe.

Ensaio sobre a cegueira é tão forte quanto belo e comovente, e além da tensão que acompanha toda a história, traz cenas lindas e poéticas, principalmente no final. Escrever sobre esse filme se torna difícil, pois absolutamente nada nele é descartável, e corro o risco de contar ele todo aqui (#ALoka). Mas recomendo que o assistam, pois é uma história para ser vista e revista. Também estou atrás do livro, e recomendo que, quem conseguir o DVD, assista o mini-documentário sobre o filme que está nos extras. Além de ser muito legal ver os bastidores, é emocionante ver os momentos entre o diretor Fernando Meirelles e o autor José Saramago. Lindo.








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