A primeira vez que tive oportunidade de ler esse livro foi em 2012, ao pegá-lo emprestado com um amigo. Só que tive um problema, na época - estava cheia de problemas, mega nervosa, roendo as unhas e os dedos o tempo todo, e como esse livro exige (e merece) atenção total, acabei me perdendo antes de chegar ao meio da leitura. Resultado: devolvi ele antes de terminar. L
Porém
Então, vamos começar pelo começo, ou seja, pela sinopse:
"Há muitos e muitos anos, há tantos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final.
Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo.
Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelado castelos da Inglaterra Medieval. A Batalha do Apocalipse não é só apenas viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heróicas, magia, romance e suspense."
Essa é a sinopse que está na contra capa do livro, e apesar da linguagem meio pomposa, ela se torna até simples, diante da magnitude da obra. Ler A Batalha do Apocalipse não é só entretenimento. É viajar, vibrar, torcer, se aventurar. É ver a suposta história do mundo de um jeito que você nunca viu. É ficar de queixo caído com a ousadia de um autor que soube colocar anjos como vilões, um demônio como vítima, uma feiticeira como salvação, e assumiu o anjo Gabriel como nada menos que o PAI BIOLÓGICO de Jesus Cristo (eu juuuuro que não queria dar spoiler, mas achei o autor tão corajoso por fazer isso, que não consegui deixar de comentar). Mas resumir a história só nisso é pobre demais. Eduardo Spohr usou várias religiões como base, criou versões, e ainda conseguiu dar espaço para uma linda história de amor entre um anjo renegado e uma bruxa. Deu nome e personalidade própria a cada personagem, e humanizou seres fantásticos. Prendeu do início ao fim, a ponto de nos fazer entender perfeitamente uma trama (ou melhor, várias tramas) que vão e voltam no tempo, sem nunca deixarem pontas soltas.
Se você leu a série Fallen e considerou a melhor história de anjos de demônios, leia A Batalha do Apocalipse o mais rápido possível. Sim, eu também li Fallen, também amei, e continuo amando, mas vamos esclarecer uma coisa: Fallen é romance água com açúcar, tendo os celestes e os diabretes como pano de fundo. Nem se compara ao livro desse brasileiro, e honestamente, só citei a série da Lauren Kate como exemplo porque ela é bem popular, até porque as propostas são mesmo muito diferentes. Mas se você realmente ama essa temática, "A Batalha..." é o livro certo pra você. Aqui, as histórias costuradas para a Criação e o Apocalipse (passando pelo fim de Babel, a destruição de Sodoma e Gomorra, o nascimento e a crucificação de Jesus...) são o destaque, mostrando não só o que há por trás de cada um desses eventos, mas também a participação fundamental de nosso amigo Ablon, o anjo renegado, protagonista e herói mais foda de todos os tempos.
Ablon é um querubim, um rebelde, está em todas (vítima, espectador, salvador...), e incomoda o Céu o Inferno. Vive no mundo dos humanos, e é entre os humanos que conhece Shamira (liiiindaaaaa! <3), a Feiticeira de En-Dor, a quem salva em Babel e se torna sua amiga por todos os milênios seguintes, e que várias vezes o salva da morte e o ajuda a atravessar os portais para outros planos. É por Shamira e por sua vontade de salvar a humanidade e a obra do Criador, que Ablon lidera o exército de anjos e rebeldes do Arcanjo Gabriel, contra os tiranos arcanjos Miguel e Lúcifer. Shamira é seu grande amor, mesmo que eles passem o tempo todo sendo separados pelo destino de cada um. Mesmo que eles se encontrem mais ou menos de duzentos em duzentos anos (!), e só aproveitem a felicidade nos braços um do outro no final (final?), de forma surpreendente.
Eduardo Spohr é incrível. É indescritível a maravilha que ele faz, nesse livro. Ele é daqueles escritores que você torce para que o cérebro seja congelado para estudo, após a morte. Porque, olha, escrever é difícil, mesmo para quem faz isso naturalmente. E se até para criar um romance meia boca ou uma fanfic engraçadinha a gente tem dias ruins, em que não sai nada que preste e dá vontade de chorar, imaginem como é escrever algo como "A Batalha...". Ele cria cada detalhe cuidadosamente, e NÃO HÁ UMA SÓ PARTE DESNECESSÁRIA. Muitas vezes algo que ficou esquecido acaba voltando em um momento oportuno, como quando um feitiço que Shamira fez anteriormente traz Ablon de volta à vida e define os rumos da guerra. Ou quando uma pena perdida reaparece nas mãos certas. Ou quando o veneno injetado no sangue do herói acaba justamente o livrando de uma encrenca. Tudo é mágico e incrível aqui, e ainda assim, verossímil. Fiquei apaixonada.
Amores, não passem pela vida sem ler A Batalha do Apocalipse. Além do orgulho que dá ver um um brasileiro escrevendo tamanha maravilha, ler esse livro é uma experiência que vai marcar vocês. E isso é literatura de verdade.
me falaram MUITO desse livro, mas essa sua resenha me despertou pra ler ele já! Dizem que mudaram muuuuuuuitas coisas da bíblia pra história ficar emocionante. Quero ler!
ResponderExcluirE realmente, um orgulho de escritor brasileiro *-*
Ele é maravilhoso, Vân!. Lê mesmo. ;)
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