domingo, 8 de fevereiro de 2015

Livro: A Batalha do Apocalipse

...Mas podem chamar de "livro mais foda do mundo".

A primeira vez que tive oportunidade de ler esse livro foi em 2012, ao pegá-lo emprestado com um amigo. Só que tive um problema, na época - estava cheia de problemas, mega nervosa, roendo as unhas e os dedos o tempo todo, e como esse livro exige (e merece) atenção total, acabei me perdendo antes de chegar ao meio da leitura. Resultado: devolvi ele antes de terminar. L

Porém entretanto todavia, a vida é uma caixinha de surpresas (dããã!), e acabei ganhando ele de presente do meu primo. E, depois de concluí-lo em apenas uma semana (apesar de ele ser enooorme), digo com segurança que foi um dos melhores presentes da minha vida. Galera, essa obra de arte do Eduaro Spohr é digna de um lugar de honra na estante, para sempre!


Então, vamos começar pelo começo, ou seja, pela sinopse:

"Há muitos e muitos anos, há tantos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final. 

Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo.

Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelado castelos da Inglaterra Medieval. A Batalha do Apocalipse não é só apenas viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heróicas, magia, romance e suspense."

Essa é a sinopse que está na contra capa do livro, e apesar da linguagem meio pomposa, ela se torna até simples, diante da magnitude da obra. Ler A Batalha do Apocalipse não é só entretenimento. É viajar, vibrar, torcer, se aventurar. É ver a suposta história do mundo de um jeito que você nunca viu. É ficar de queixo caído com a ousadia de um autor que soube colocar anjos como vilões, um demônio como vítima, uma feiticeira como salvação, e assumiu o anjo Gabriel como nada menos que o PAI BIOLÓGICO de Jesus Cristo (eu juuuuro que não queria dar spoiler, mas achei o autor tão corajoso por fazer isso, que não consegui deixar de comentar). Mas resumir a história só nisso é pobre demais. Eduardo Spohr usou várias religiões como base, criou versões, e ainda conseguiu dar espaço para uma linda história de amor entre um anjo renegado e uma bruxa. Deu nome e personalidade própria a cada personagem, e humanizou seres fantásticos. Prendeu do início ao fim, a ponto de nos fazer entender perfeitamente uma trama (ou melhor, várias tramas) que vão e voltam no tempo, sem nunca deixarem pontas soltas.

Se você leu a série Fallen e considerou a melhor história de anjos de demônios, leia A Batalha do Apocalipse o mais rápido possível. Sim, eu também li Fallen, também amei, e continuo amando, mas vamos esclarecer uma coisa: Fallen é romance água com açúcar, tendo os celestes e os diabretes como pano de fundo. Nem se compara ao livro desse brasileiro, e honestamente, só citei a série da Lauren Kate como exemplo porque ela é bem popular, até porque as propostas são mesmo muito diferentes. Mas se você realmente ama essa temática, "A Batalha..." é o livro certo pra você. Aqui, as histórias costuradas para a Criação e o Apocalipse (passando pelo fim de Babel, a destruição de Sodoma e Gomorra, o nascimento e a crucificação de Jesus...) são o destaque, mostrando não só o que há por trás de cada um desses eventos, mas também a participação fundamental de nosso amigo Ablon, o anjo renegado, protagonista e herói mais foda de todos os tempos.

Ablon é um querubim, um rebelde, está em todas (vítima, espectador, salvador...), e incomoda o Céu o Inferno. Vive no mundo dos humanos, e é entre os humanos que conhece Shamira (liiiindaaaaa! <3), a Feiticeira de En-Dor, a quem salva em Babel e se torna sua amiga por todos os milênios seguintes, e que várias vezes o salva da morte e o ajuda a atravessar os portais para outros planos. É por Shamira e por sua vontade de salvar a humanidade e a obra do Criador, que Ablon lidera o exército de anjos e rebeldes do Arcanjo Gabriel, contra os tiranos arcanjos Miguel e Lúcifer. Shamira é seu grande amor, mesmo que eles passem o tempo todo sendo separados pelo destino de cada um. Mesmo que eles se encontrem mais ou menos de duzentos em duzentos anos (!), e só aproveitem a felicidade nos braços um do outro no final (final?), de forma surpreendente.

Eduardo Spohr é incrível. É indescritível a maravilha que ele faz, nesse livro. Ele é daqueles escritores que você torce para que o cérebro seja congelado para estudo, após a morte. Porque, olha, escrever é difícil, mesmo para quem faz isso naturalmente. E se até para criar um romance meia boca ou uma fanfic engraçadinha a gente tem dias ruins, em que não sai nada que preste e dá vontade de chorar, imaginem como é escrever algo como "A Batalha...". Ele cria cada detalhe cuidadosamente, e NÃO HÁ UMA SÓ PARTE DESNECESSÁRIA. Muitas vezes algo que ficou esquecido acaba voltando em um momento oportuno, como quando um feitiço que Shamira fez anteriormente traz Ablon de volta à vida e define os rumos da guerra. Ou quando uma pena perdida reaparece nas mãos certas. Ou quando o veneno injetado no sangue do herói acaba justamente o livrando de uma encrenca. Tudo é mágico e incrível aqui, e ainda assim, verossímil. Fiquei apaixonada.

Amores, não passem pela vida sem ler A Batalha do Apocalipse. Além do orgulho que dá ver um um brasileiro escrevendo tamanha maravilha, ler esse livro é uma experiência que vai marcar vocês. E isso é literatura de verdade.

2 comentários:

  1. me falaram MUITO desse livro, mas essa sua resenha me despertou pra ler ele já! Dizem que mudaram muuuuuuuitas coisas da bíblia pra história ficar emocionante. Quero ler!
    E realmente, um orgulho de escritor brasileiro *-*

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