Estou há bastante tempo com essas fotos no computador, já que fiz esse passeio na véspera do dia dos pais. Era pra ter postado antes, mas me enrolei, viajei a trabalho, então achei melhor fazer essa postagem na semana do Halloween. Sejam bem vindos a essa viagem assustadora
Igreja Nossa Senhora das Dores
Centenária e construída por escravos, essa igreja fica na Rua dos Andradas (Rua da Praia), pertinho da Sede do Comando Militar do Sul. O caso é que, até 1857, a praça que fica bem em frente à igreja servia de palco para nada menos que execuções públicas. O famoso Largo da Forca.
Foto atual de onde ficava o Largo da Forca.
Uma das histórias que o povo conta é que um escravo que trabalhava na construção da Igreja foi condenado à forca - injustamente, diga-se de passagem. No dia da execução, o escravo teria rogado uma praga ao seu senhor, dizendo que este jamais veria as torres construídas. A praga deu certo: a obra demorou mais de cem anos para ficar pronta, e a lenda se propagou. Também há quem diga que o local é assombrado até hoje não só pelo fantasma desse escravo, mas também pelos de todas as pessoas que morreram no Largo da Forca.
Eu tendo a ter sensações estranhas em locais de energia pesada por algum motivo, mas não senti nada de ruim na Nossa Senhora das Dores. Pelo contrário, é um lugar tranquilo. A igreja também é muito bonita por dentro, apesar de ser relativamente simples. E subir a escadaria dela é de matar, hahahaha. >.<
O Castelinho do Alto da Bronze
Segundo a história local, esse castelo foi construído em homenagem à paixão avassaladora (que eu chamo de outra coisa, mas ok...) de Carlos Eurico Gomes por sua esposa, a quem manteve presa no prédio por quatro anos, a impedindo até mesmo de ir até as janelas (!). O casamento obviamente acabou, e o castelo acabou sendo desabitado e assim permaneceu durante anos. E foi assim que surgiram as histórias: por ter ficado vazia, a construção acabou ganhando fama de assombrada, e as pessoas costumam evitar passar pelo local durante a noite.
Uma pena que não dá pra entrar nesse castelo :(. Por ser propriedade particular, ele fica trancado e não se vê movimento algum, e apesar de o meu amigo Rennan, que me acompanhou, ter dito que o pai dele certa vez conseguiu invadir o local durante á noite, eu não sou #VidaLoka a ponto de tentar fazer isso :V. De fora ele é muito bonito e também não senti nada de estranho aqui. Infelizmente não deu pra tirar boas fotos, pois ele fica em uma esquina da Duque de Caxias, que é bem movimentada. Tirei essa foto do outro lado da rua, em um pequeno intervalo em que carros não passavam, hehehe.
A Rua do Arvoredo
Essa rua (atual Rua Fernando Machado) foi cenário de um dos possíveis crimes mais macabros da história, que ganhou manchetes no país inteiro e chegou a aparecer até no Linha Direta, da Rede Globo - sim, aquele programa que passava quando a minha geração ainda era criança e do qual a gente morria de medo, mas ainda assim não perdia nenhum episódio xD. A treta foi a seguinte: em 1864, um inspetor de polícia chamado José Ramos veio de Santa Catarina e comprou/alugou a casa de Carlos Klausser, dono do açougue que funcionava no mesmo endereço. José Ramos, que frequentava lugares requintados da capital, logo conheceu a belíssima húngara Catarina Palsen, com quem passou a viver. A "lenda" (eu acho que é verdade, mas não existem provas concretas) conta que Catarina passou a atrair vítimas para a tal casa açougue, onde José as matava e Carlos as transformava em linguiça O.O. Tá, falando assim parece até viagem, mas essa história é famosíssima, e você pode encontrar várias informações e versões dela na internet. (Pesquisem "Crime do Arvoredo").
Essa é a escadaria da casa em que o suposto açougue funcionava - e aqui, sim, tem o maior climão, galera! Senti uma energia beeem pesada, tanto que eu e o Rennan subimos até o topo, mas eu não suportei ficar nem 1 minuto lá em cima e logo desci, por isso só tem fotos assim, debaixo.
O arvoredo que fica quase em frente à casa e dava nome à rua, por outro lado, é belíssimo e totalmente em paz. Tem pracinha, e no dia em que fomos tinha até uma família brincando com algumas crianças. Apesar da história da rua, dá pra esquecer um pouco disso e passar uma tarde bem agradável no arvoredo.
Museu do Comando Militar
Foto retirada do Google, já que a anta esqueceu de
fotografar a fachada do prédio. ¬¬
O Museu Militar do Comando Militar do Sul (é esse mesmo o nome) é uma construção recente: foi criado em 24 de maio de 1999, com a intensão de recolher e expor objetos que remetem a história do Exército Brasileiro, mais precisamente do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).Fica na Rua dos Andradas (Corredor Cultural de Porto Alegre), e seu acervo tem peças de grande valor histórico, dispostas em salas temáticas que têm desde capacetes e medalhas, a canhões e viaturas.
Esse lugar não é assombrado, tão pouco assustador - eu diria que ele é fascinante, isso sim. É incrível a carga emocional que cada capacete original, com direito aos buracos de tiro e tudo, traz. Ou a loucura que é ver preservado o diário de um soldado que lutou na Guerra dos Farrapos, com sua letrinha tremida descrevendo o caos e o medo de estar dentro de uma tenda, enquanto o mundo vinha abaixo do lado de fora. O Museu do Comando Militar é um lugar que quero visitar mais uma vez e tirar várias fotos, para fazer um post só sobre ele. Se você pensar naqueles soldados não só como militares, mas como pais de família, ou como o jovem filho de alguém, ou como um rapaz que sonhava em estudar e ter um futuro, é impossível não se emocionar.
É isso, galera. O post não ficou lá muito completo, porque no dia em que fomos não deu tempo de ir a muitos lugares, então vários lugares supostamente assombrados de Porto Alegre ficaram de fora :( . Mesmo assim, eu super curti o passeio inusitado, e super sugiro para quem gosta de mistério. Mesmo pra quem não for da minha região, pesquise, e com certeza vai encontrar lugares cheios de história pra contar, na sua cidade. =)
Xoxo, e feliz Halloween! (quero ver quem vai me mandar presente u.u).